Sempre on-line? Não neste mundo!

Na era da conexão discada, a chegada da banda larga soou como uma benção. Além da grande velocidade de conexão, havia a perspectiva de ter um computador conectado 24 horas por dia, sete dias por semana. Agora que a banda larga está em toda parte, incluindo os telefones celulares, as pessoas comportam-se cada vez mais como se realmente estivéssemos vivendo sempre conectados. A realidade é claro, é que não estamos.
Existe uma infinidade de exemplos. O serviço de web com o qual você conta para tarefas cruciais como e-mail de repente se mostra "indisponível para manutenção de rotina" ou simplesmente não responde por horas. Sua conexão rápida seja DSL, seja a cabo, desaparece. Você fica fora da área de serviço de sua operadora de telefonia e observa as barras de sinal sumirem. Seu computador quebra - ou simplesmente se desliga. E freqüentemente é você quem se desconecta - digamos, para tirar um cochilo. O mundo espera que você e seu PC estejam disponíveis e conectados o tempo inteiro. Ignore uma mensagem do Messenger ou um e-mail enquanto tenta se concentrar em algo importante e estará propenso a receber um telefonema para interrompê-lo. Desligue seu telefone para arranjar um "tempinho", e assim que voltar a ligá-lo receberá uma pilha de mensagens de voz perguntando onde diabos você esteve. A suposição mais equivocada sobre conectividade perpétua parece ter sido criada por desenvolvedores de software cujos produtos precisam solicitar sua assistência. Li­gue seu notebook depois de mantê-lo desligado por semanas, e a tela irá mostrar reclamações que remetem para "onde esteve?".
Antes viajar - sem acesso à Internet - eu recebi mensagens do meu antivírus e de meu anti-spyware afirmando que eles precisavam de atualizações. O próprio Windows insistiu para que eu fizesse alguns updates específicos; aparentemente, ele foi muito preguiçoso para me informar quando a máquina esteve ligada pela última vez. E nenhum dos programas notou que a conexão necessária não existia.
Quando cheguei em casa alguns dias depois, meu computador entrou na mesma rotina. Pensei: "pelo menos estou conectado". Além disso, o programa de backup on-line insistia em desperdiçar ciclos e desacelerar meu sistema, indo diretamente realizar um "duplo" backup. O que ele não lembrou foi de que já havia cuidado de todos os meus arquivos na última vez em que eu usei o PC.
Quantas vezes você tentou se conectar via Wi-Fi recebeu urna mensagem detalha na conexão e, então, percebeu que havia esquecido de apertar o botão "ligar" do sinal de rádio? Se telefones inteligentes podem lembrá-lo de ligar o sinal de rádio quando você pede a eles para fazer algo inviável com o transmissor desligado, por que os PCs não podem?
É hora de os programas que usamos entenderem e gerenciarem o estado da máquina - esteja ela ligada ou desligada, conectada ou não - com esperteza mais significativa do que atualmente mostram. E é tempo de reconhecer que amigos e colegas que demoram em nos responder podem estar dormindo, aproveitando a vida, offline, ou nos ignorando deliberadamente.