Morte por Confusão

Certo dia na delegacia de polícia, o sr. Delegado, recebe uma carta:

Senhor Delegado:

Não culpe ninguém por minha morte. Deixei esta vida porque, dias mais que eu vivesse, acabaria morrendo louco. Eu explico porque, Sr. Delegado:
Tive a desdita de casar-me com uma viúva, a qual tinha uma filha. Se eu soubesse o meu destino, Sr. delegado, jamais teria casado. Meu pai, para maior desgraça, era viúvo e quis a fatalidade que ele casasse com a filha de minha mulher.
Resultou que minha mulher tornou-se sogra do meu pai, minha enteada ficou sendo minha mãe, e meu pai ao mesmo tempo, meu genro. Após alguns anos minha enteada deu a luz a um menino, que se tornou meu irmão, porém, neto da minha mulher, de maneira que eu fiquei sendo avô do meu irmão.
Com o decorrer do tempo, minha mulher também deu a luz a um menino que, como irmão da minha mãe, era cunhado de meu pai e tio do seu filho, passando minha mulher a ser nora da sua própria filha, e eu, Sr. delegado, fiquei sendo pai de minha mãe, irmão do meu pai e do meu filho. Minha mulher ficou sendo minha avó, já que era mãe da minha mãe. Sendo assim, Sr. delegado, acabei sendo avô de mim mesmo.

Portanto, Sr. delegado, a coisa se complicou tanto que resolvi desertar desse mundo.

Salve São Jorge!

Existem na sociedade alguns tipos pitorescos que habitam o anedotário popular pela sua peculiaridade, ingenuidade e, em alguns casos, até coragem, estão entre esses personagens o bêbado, os cornos, as fofoqueiras, as bichas, os pão-duros, as piranhas, os padres e os são-jorges.

Os são-jorges são aqueles indivíduos que, como o santo guerreiro, abatem os dragões, ou seja, são aqueles que fazem o trabalho sujo e fazem a alegria de barangas, tribufus e mocréias, são indivíduos que, por alguma anomalia, colocaram a Bruxa no lugar da Branca de Neve.
Estes indivíduos, verdadeiros saprófitas sexuais, prestam um relevante e importantíssimo serviço à sociedade, pois beneficiam homens e mulheres, os homens porque estes se vêm livres do assédio dessas sucatas femininas e as mulheres porque se isentam da obrigação de ladear a barangada nos bares, restaurantes e boates na tentativa de vender gato por lebre.

Vinícius de Moraes, que não era devoto de São Jorge e nem de Santo Inácio de Boiola, dizia: “As feias que me desculpem, mas beleza é fundamental”. Roberto Carlos que, tempos atrás, andou fazendo músicas para mulher de óculos, mulher gorda e mulher de quarenta, jamais se atreveu a fazer música para mulher feia, sabe o que é? É que a feiura não combina com mulher, mulher feia é como elefante de cuecas ou lince de óculos.

Mas voltemos aos são-jorges, estes indivíduos são tão fundamentais ao bom andandamento da sociedade que acho até que eles deveriam ter isenção de impostos, lugares especiais em ônibus e filas separadas em bancos e órgão públicos, deveria ser crime inafiançável matar um são-jorge, estou pensando, inclusive, em fundar uma ONG para protegê-los e encaminhar à Brasília um projeto de lei baixando o tempo de serviço desses “profissionais” para 20 anos, pois o trabalho que eles desempenham, convenhamos, é pra lá de insalubre. Não se sabe ao certo qual é o motivo que atrai os são-jorges para essa fauna, se é produto de bebedeiras ou de deformações do aparelho ótico, mas parece que é porque São Jorge vive mesmo no mundo da lua.

De uns tempos para cá, a química e eu iria um pouco mais longe, a alquimia, tem desenvolvido produtos para, pelo menos, tornar menos penoso o trabalho dos são-jorges, me refiro às bebidas alcoólicas, ao silicone, ao botox, à maconha, à cocaína e outros produtos que possam produzir ilusão de ótica, mas, como já ficou provado, o elemento mais eficaz para este tipo de abate é o capuz (que pode, em uma emergência, ser substituído pela fronha) colocado ou no são-jorge ou no dragão.

Conheci um cidadão que era um legítimo representante das brigadas do santo guerreiro, o nome dele era Anphilóquio. Anphilóquio desde pequeno tinha esse instinto de hiena, criava urubus em casa e nos desenhos animados sempre torcia para as bruxas, os dragões e os monstros; quando atingiu a adolescência deu vazão ao seu espírito limpa trilhos e nisso ele era insuperável e insaciável. Dizem que esta insaciabilidade provém do fundador desta irmandade, o correspondente de São Jorge na macumba é Ogum e contam que essa correspondência nasceu quando São Jorge, após abater o dragão, com sua lança ainda rija e insaciável, teria dito o seguinte:”Tem mais ogum aí”?

Anphilóquio servia o quartel em Brasília e constantemente era visto pela alamedas da cidade desfilando com cada coisa que dava medo, dizem até que ele tinha que se fazer acompanhar sempre de um porte de armas, pois só andava com canhões; certa vez, em um 7 de setembro, ele foi visto por seus companheiros de quartel com um verdadeiro enxame de dragões, mocréias e barangas, umas quinze mais ou menos, um bando de dar inveja ao baile dos horrores que ia de caolhas a banguelas e de barrigudas a mancas, pois bem, à partir deste dia, o quartel de Anphilóquio passou a ser conhecido como “Os Dragões da Independência”.

“Mulher feia é como pantufa, em casa até que é aconchegante, mas na rua dá uma vergonha danada”.

É duro ser homem

As mulheres pensam que são as que mais sofrem, pode até ser, mas a nossa vida não é nada fácil, porque é duro ter que suportar (sem demonstrar):

• A dor física e moral de uma bolada no saco (uuuuhhhhh!!).
• O incômodo de uma cotovelada no gogó.
• A tortura de usar terno no verão.
• O suplício de fazer barba todo dia.
• O desespero de uma cueca apertada.
• O prazer adolescente de soltar um bom arroto.
• A loucura que é fingir indiferença diante de uma mulher sem sutiã.
• Viver sobre permanente risco de ter que entrar numa briga.
• Pilotar churrasqueira.
• Ter que resolver os problemas do computador.
• Ter que reparar a roupa nova dela.
• Ter que reparar que ela trocou o perfume.
• Ter que reparar que ela trocou a tintura do cabelo de “média 713 louro cendré natural” para “731 louro bege”.
• Ter que jamais reparar que ela tem um pouco de celulite.
• A importância de uma decisão de campeonato pra a humanidade.
• Ter que conversar sobre aplicações, debêntures, dólares, commodities, marcos, CDBS e RDBS, mesmo que o seu salário mal dê para chegar ao final do mês.
• Trabalhar para cacete em prol de uma família que reclama que ele trabalha pra cacete!
• Desviar os olhos do decote da secretária, que se faz de distraída e deixa a blusa desabotoada até o umbigo.
• Trabalhar com mulher! Aqui pra nós, é possível discutir, a sério, um assunto de trabalho com alguém que use batom vermelhão, perfume atrás da orelha, cabelos soltos que balançam ao vento e saia justa? E quando ela cruza as pernas... Meu Deus!
• Ter a obrigação de ser um atleta sexual.
• Ter pavor de brochar na hora H.
• Ter a suspeita que ela, com todos aqueles suspiros e gemidos, só está tentando nos incentivar.
• Ter a suspeita que ela no fundo, no fundo, está comparando nosso desempenho ao do Carlão.
• Ouvir um não, virar conformado para o lado e dormir tranqüilo, apesar da vontade de quebrar todo o quarto e fazer um escândalo.
• Se esforçar para lembrar a escalação da seleção de 70 enquanto espera ela gozar primeiro.
• Entrar numa boate de strip-tease, dessas repletas de garotas baratas e garotas nem tão garotas assim, alegando pura "curiosidade antropológica".
• Os desagradáveis sonhos molhados.
• Ter que ouvi-la dizer que não tem uma única roupa.
• Parar para comer frango no domingo na casa dos sogros, discutir política com aquele velho reacionário, tratar bem os sobrinhos e se controlar para não dar na cara do cunhado.
• A cara-de-pau dela, que veio pedir dinheiro emprestado de novo!

Coisas que se atraem

a.. Mãos e seios.
b..Olhos e bunda.
c..Nariz e dedo.
d..Pobre e funk.
e..Mulher e vitrines.
f..Homem e cerveja.
g..Queijo e goiabada.
h..Chifre e dupla sertaneja.
i..Carro de bêbado e poste.
j..Tampa de caneta e orelha.
k..Moeda e carteira de pobre.
l..Tornozelo e pedal de bicicleta.
m..Jato de mijo e a tampa do vaso.
n..Leite fervendo e fogão limpinho.
o..Político e dinheiro público.
p..Dedinho do pé e ponta de móveis.
q..Camisa branca e molho de tomate.
r..Tampa de creme dental e ralo de pia.
s..Café preto e a toalha branca da mesa.
t..Dezembro na Globo e Roberto Carlos.
u..Chave trancando a porta e telefone tocando.
v..Show do KLB e controle remoto (Para mudar de canal).
w..Chuva e carro trancado com a chave dentro.
x..Dor de barriga e falta de papel higiênico.
y..Bebedeira e mulher feia.
E por último...E por último :
z..Mau humor e segunda-feira!!!

Sim!!!! Quase esqueci... PT e Cagada!!!

Fezes de Mestrado (RALC)

Jo-jo-joão Ca-ca-carlos da Si-si-silva tinha sido um brilhante aluno de Química e Biologia e se formara com louvor nas duas cadeiras pela Faculdade de Ciências Químicas e Biológicas da Universidade de Coimbra, na juventude Jo-jo-ão Ca-ca-carlos teve que superar alguns problemas por causa do seu nome exótico que era assim porque seu pai era gago e o cartorário, ou por sua nacionalidade lusitana ou por sacanagem mesmo, tinha grafado literalmente o nome na certidão de nascimento de Jo-jo-jo Ca-ca-carlos da Si-si-silva.

Jo-jo-jão Ca-ca-carlos, após se formar, começou a estudar com grande afinco, pois queria obter o título de mestre e sabia que a Real Academia Lusitana de Ciências era muito rigorosa na avalização das teses, assim, depois de se preparar durante pouco mais de um ano, Jo-jo-joão Ca-ca-carlos compareceu diante da banca examinadora para a sua primeira tentativa, um pouco nervoso ele começou sua explanação:
- Senhoras e senhores desta douta banca examinadora da gloriosa Real Academia Lusitana de Ciências fundada por D. João VI, venho aqui para apresentar a tese “O comportamento dos anelídeos em habitats alterados e suas conseqüências para os seres humanos”.
- Bem senhoras e senhores, temos diante de nós quatro amostras que foram cuidadosamente preparadas com alteraçãoes pontuais e específicas no habitat natural dos anelídeos.
- Na primeira amostra temos um meio contendo álcool de trigo usado na fabricação de bebidas alcoólicas;
- Na segunda colocamos água destilada onde foram dissolvidos 123 g de tabaco utilizado para fabricar cigarros;
- Na terceira amostra há uma solução de água destilada com esperma e líquido seminal humanos dissolvidos na proporção de 1 para 3 e
Na quarta e úlitma amostra, depositamos 127 gramas de terra vermelha comum.
- Em cada uma dessas amostras foi colocado um anelídeo do tipo Lumbricus terrestris durante 24 horas e o resultado foi que os anelídeos das amostras com álccol, tabaco e esperma foram a óbito.
Isto, senhoras e senhores, comprova a tese de que quem bebe, fuma e copula, não tem vermes.

A Academia não concedeu o título de Mestre a Jo-jo-joão Ca-ca-carlos somente porque ele se esquecera de narrar o que acontecera com a minhoca do frasco com terra.

Jo-jo-joão Ca-ca-carlos então redobrou os seus estudos e dois anos depois voltou perante a banca examinadora da Real Academia Lusitana de Letras para uma segunda tentativa de obter o título de Mestre em Ciências Químicas e Biológicas e desta vez ele se esmerou, ele tentaria provar uma revolucionária tese sobre o comportamento dos aracnídeos e então começou:
- Senhoras e senhores, respeitosamente me coloco diante deste egrégio colegiado para comprovar uma revolucionária tese sobre o comportamento dos aracnídeos até hoje jamais estudada.
Jo-jo-joão Ca-ca-carlos então sacou do bolso do paletó uma pequena caixa de madeira que ele mantivera trancada no cofre do seu laboratório por vários meses e de cujo interior retirou um espécimen artrópode do tipo Oecobius navus que ele cuidadosamente alimentara diariamente nos últimos meses e disse:
- Senhoras e senhores, desculpem a modéstia e a indiscrição, mas gostaria que todos aqui presentes mantivessem a máxima atenção no que vão ver, pois estamos no limiar de uma grande descoberta para a humanidade.

Colocando o aracnídeo sobre a bancada ele arrancou-lhe uma das patas e disse:
- Vejam que este aracnídeo tem oito patas, mas se arrancarmos uma das patas da aranha e gritarmos para ela: “caminhe!”, ela ainda assim caminhará;

Arrancou mais uma pata e:
- Se arrancarmos duas partas da aranha e gritarmos para ela: “caminhe!”, ela continuará caminhando;

Arrancou mais duas patas e explicou:
- Se arrancarmos quatro patas e gritarmos: “caminhe!”, ela ainda neste caso caminhará;

Jo-jo-joão Ca-ca-carlos então arrancou as oito patas da aranha e finalizou:
- Mas vejam senhoras e senhores, se arrancarmos as oito patas da aranha e gritarmos para ela: “caminhe!”, ela já não anda.

Ele então gritou mais três vezes para aranha em voz cada vez mais alta: “CAMINHE!” “CAMINHE!” “CAMINHE” e disse então:
- Vejam que a aranha nem sequer se move, o que comprova integralmente a minha revolucionária tese : “SEM AS PATAS, A ARANHA SE TORNA COMPLETAMENTE SURDA”.

Desta vez foi necessária uma reunião entre os membros da Real Academia Lusitana de Ciências, que durou cerca de 6 horas, para decidir sobre a concessão ou não do título de Mestre em Ciências Químicas e Biológicas. Por fim a banca examinadora decidiu não conceder o título a Jo-jo-joão Ca-ca-carlos apenas por um pequeno detalhe: ele deixara de experimentar, talvez por motivos humanitários ou aracnídeos, sei lá, o aconteceria arrando-se 5, 6 e 7 patas da aranha.

Agora, já decorridos quinze anos da última tentativa frustrada de Jo-jo-joão Ca-ca-carlos da Si-si-silva de obter o pomposo título de Mestre em Ciências Químicas e Biológicas da Real Academia Lusitana de Ciências, ele finalmente começa a despontar para o mundo como um grande cientista; Jo-jo-joão Ca-ca-carlos descobriu que as bebidas alcoólicas têm um grande percentual de hormônios femininos e que isso explicaria o fato de que quando os homens bebem, eles passam a dizer besteiras, falar alto e dirigir mal e com esta descoberta ele foi indicado para concorrer ao Prêmio Nobel de Química, porém, ele tem dois fortíssimos candidatos: Gugu Liberato e Fausto Silva, o Faustão, que, por métodos semelhantes, conseguiram transformar o domingo numa merda.

O calvo

O Deficiente capilar talvez seja o mais pitoresco entre os deficientes físicos, muito mais do que os míopes, os banguelas e os broxas. Conhecidos como calvos, pouca-telhas e carecas, eles muitas vezes são incompreendidos e até ridicularizados; freqüentemente utilizados como pontos de referência, eles prestam um verdadeiro serviço de utilidade pública, quem é que nunca travou o seguinte diálogo:
-Você tá vendo aquele cara ali embaixo?
-Não! Aonde?
-Ali! Do lado daquele careca.
-Ah tá! Agora eu vi.

Antigamente, ser careca era uma das piores coisas que poderia acontecer a um homem, conheço pessoas que, além dos diversos tratamentos milagrosos a que se submeteram com mel, ovos e até titica de galinha, disem até que existe um revolucionário chá que cura a calvície, o chapéu; tiveram também que deitar no divã dos psicanalistas. Eu tive um professor de Geografia que era completamente careca na parte de cima da cabeça e tinha cabelo em todo o em torno, ele deixava crescer, caprichosamente, um grande filete de cabelo do lado esquerdo da cabeça e penteava, cuidadosamente, este filete, fazendo-o atravessar toda a clareira até desaguar no ainda populoso lado esquerdo, pois bem, este professor era conhecido pelos alunos como Ponte Rio-Niterói.

Muitas vezes ridicularizados no passado, eles já foram confundidos com pilões, soquetes e até com coisas mais picantes, foram se unindo com o passar dos séculos em confrarias e até em seitas a ponto de formarem verdadeiras castas (não caspas).

Muitos carecas desembolsaram pequenas fortunas em cirurgias de implante de cabelo que são cobradas por moita de cabelo plantado mais parecendo uma operação agrícola, pois terminada a safra, via de regra, o solo pobre do cidadão volta a ser desértico. Eu acho até que deveria haver nos ônibus um lugar destinado aos deficentes capilares de modo a que eles não precisassem recorrer a toucas, gorros e bonés para esconderem as suas verdadeiras identidades.

Psicologicamente, o pente está para o deficiente capilar assim como o sapato está para o perneta e a luva para o maneta, nenhum careca educado é capaz de pedir desconto ao barbeiro, da mesma forma que os pernetas não o pedem à pedicure nem os manetas à manicure; a prótese capilar, vulgarmente conhecida como peruca, contrariamente às outra próteses, é capaz de tornar o seu usuário ainda mais ridículo, talvez apenas a dentadura tenha esta mesma característica. Se por um lado os carecas economizam no barbeiro, por outro lado passam a gastar mais no engraxate, mas o que eles temem de verdade é o dia do grande encontro, o encontro da testa com a nuca e a possibilidade de ir de orelha à orelha sem encontrar um único fio de cabelo no caminho, a extinção total.

Modernamente conhecidos como skin heads, eles se tornaram moda, até aqueles que não sofrem desta anomalia aderiram a ela como se ser careca fosse uma espécie de exibicionismo, se auto mutilam tirando os seus próprios escalpos, afinal de contas, antigamente dizia-se: “é dos carecas que elas gostam mais”, mas, como ficou provado depois, e bota provado nisso, os carecas aos quais elas se referiam, eram outros.

Conheço um cara que, quando começou a ficar careca, em princípio achou normal e inevitável e que aquilo era apenas fruto da idade e da genética, com o passar do tempo, a queda de cabelo foi-se tornando cada vez mais intensa a ponto dele pensar que a sua cabeça estava no outono, porém, quando a erosão capilar foi tornando desértica a parte de cima da cabeça dele e começaram a ser mostradas partes do seu corpo que ele mesmo nunca tinha visto, ele se sentiu literalmente nu; com o passar do tempo, o passar do pente foi ficando doloroso e, por fim, se tornou quase insuportável como se fosse um ancinho que arranhava tudo, mas com o passar dos dias ele foi se acostumando com a nova imagem, afinal a gente se acostuma a “quase” tudo, não é? Na fase final, quando ele já era um cabeludo terminal, a mente cartesiana do nosso camarada produziu o seguinte episódio:
Uma manhã, ao se olhar no espelho, ele notou que só tinha cinco fios de cabelo na cabeça, após conjecturar por alguns segundos, ele decidiu pentear dois fios para o lado direito, dois fios para o lado esquerdo e um fio para trás.
No dia seguinte, ele, estupefato, constatou que só tinha quatro fios (seria parente de Homer Simpson?), se perguntou então como faria para pentear aquilo e decidiu pentear dois fios para cada lado.
No terceiro dia, como só tinha três fios, penteou um fio para cada lado e o terceiro para trás.
Mais um dia se passou e ele, desesperado, verificou que só lhe restavam dois fios de cabelo, apesar da tristeza que tomou conta dele, foi fácil concluir que ele tinha que pentear um fio para cada lado.
Naquela fatídica manhã, ele se levantou com os olhos fechados e foi tateando pelo quarto em direção ao banheiro até estar diante do espelho, devagarinho ele foi abrindo os olhos e completamente transtornado viu que tinha apenas um único fio de cabelo na cabeça, o último dos moicanos, desgostoso da vida ele desferiu:
- Só de pirraça, hoje eu vou sair despenteado mesmo!

Um quilo de m...

Um português, nosso patrício além mar, resolveu tentar a vida no Brasil. Despediu-se da Maria com muita paixão e prometendo melhorar de vida para o casório que tanto desejavam para breve.

Manuel era seu nome. Tímido, não conseguia falar muito ao solicitar empregos no Rio de Janeiro. Certo dia estava louco para ir ao banheiro e sempre o encontrava ocupado. Tímido, não conseguia perguntar como qualquer um, aonde ficava os outros banheiros do hotel. Entao, no quarto a vontade de defecar veio com muita força e o pobre portugues nao conseguiu conter a enxurrada e cagou sobre jornais previamente arrumados.

No dia seguinte, pela manha foi jogar o embrulho mal feito e fedorento na praia de Copacabana, naquele tempo sem tanta fiscalização. Ao chegar numa esquina da Avenida Atlântida deparou com uma aglomeração em torno de um camelô que vendia balanças:
-Venham, olhem, examinem a balanças filizolas! Aquelas que não enrolam!
Como todos que estavam ali o português se aproximou e ficou urubuservando!

O camelô esperto como ele era, pegava os embrulhos dos passantes e pesava nas balanças. O pobre Manuel teve seu embrulho solapado e pesado.
Deu 900 gramas.

-O senhor foi roubado! - berrou o camelo, enquanto abria o embrulho. Tacou a mão na bosta do português e ficou fulo da vida. Pegou o Manuel e deu uma surra daquelas.

Manuel voltou para Portugal triste, desanimado.
Lá, em Lisboa, Maria ao vê-lo indagou:
-E aí Manuel como foi sua viagem ao Brasil?
Manuel respondeu:
-Qual o que Maria, no Brasil quem não cagar um quilo apanha que nem uma besta!

(Pois é...
E eu que pensava naquelas balanças de restaurante de comida à Kilo! Será que compraram com esse camelô?)

Os tons da vida

Quando imaginamos uma cor, é comum associarmos essa cor a algo ou a alguém. Existem as associações-padrão que são aquelas que, através dos tempos, se notabilizaram, assim o vermelho se associa ao comunismo, o verde ao dólar, o branco à paz, o amarelo ao ouro, o preto... Bem o preto deixa pra lá até porque, segundo se sabe o preto é a ausência total de cor.
Além das associações-padrão existem também as associações sazonais que são aquelas que vigem ao sabor das atualidades, temos então o vermelho-ferrari, o verde-exorcista, a laranja mecânica etc., mas apesar destes modismos, as cores trazem embutidas um sentido implícito que todo mundo sabe, mas que ninguém diz, querem ver? Então preste atenção:
- ô mermão cumé qui vai? Tudo azul?
- Num tá não, a coisa tá preta, eu tô desempregado. Tu sabe que noutro dia eu fui fazê uma entrevista pra um emprego e eles me mandaram fazê um teste, na hora me deu um branco e eu não consegui me lembrá de nada, eu fiquei vermelho de vergonha.
- Tu amarelô?
- Acho que sim,e olha que as perguntas eram sobre futebol e eu sou Flamengo roxo.
De uns tempos para cá, depois que a viadagem entrou em moda, surgiram novas cores que só os olhos bâmbis conseguem enxergar, são elas: salmão, uva, verde limão, ciano, rosa-choque, vai si f#$%&! Não é à toa que o símbolo dessa gente é o arco-íris, e em pensar que na época que eu era menino o máximo que era tolerado em relação às cores era a cor-de-burro-quando-foge que eu também nunca soube direito que cor que era, mas tinha medo de perguntar para não acharem que eu era burro ou então que eu me interessava por assuntos pelos quais nem o coelho da páscoa (cruzes!!!) se interessava.
Note-se que associando os aumentativos e diminutivos às cores, a tonalidade delas muda completamente, querem ver?
Branquinho – bem limpo
Brancão – garoto criado em apartamento
Verdinho – cor de um automóvel muito bonito
Verdão – time de futebol
Amarelinho – boteco muito famoso do Rio de Janeiro
Amarelão – sujeito que na hora “h” se caga de medo
Vermelhinho – esse fica por conta da sua imaginação libidinosa
Vermelhão – local onde se levou uma porrada
Laranjinha – gari
Laranjão – indivíduo em nome do qual se coloca a empresa para sonegar impostos
Pretinho – cafezinho
Pretão – Sujeito mal encarado da cor negra (Não vá pensando q tenho preconceito! Isso é só p/ inlustrar!)

E além disso os aumentativos e diminutivos servem para provar a minha tese sobre as cores gays, vejamos: salmãozinho / salmãozão, uvinha / uvão, verde limãozinho / verde limãozão, é gay ou não é?
É por isso tudo que não sentimos a menor saudade da televisão em preto e branco, porque é muito melhor tomar um chope no amarelinho em uma boa companhia com o bolso cheio de verdinhas do que levar um susto e ficar branco e depois ver que era tudo brincadeira de sacanagem e ficar roxo de raiva não é? É por isso que eu gosto de tudo preto no branco.

Sr. 1º Ministro?

Uma imagem nua do primeiro-ministro britânico Tony Blair e de sua esposa Cherie sendo expulsos do "paraíso" de Downing Street domina a exposição de verão da Royal Academy de Londres, considerada a mostra de arte contemporânea mais importante do mundo.

Executado a lápis pelo britânico Michael Sandle, o Iraq Triptych (Tríptico do Iraque, em tradução livre), que domina uma das grandes salas da Real Academia de Artes, transmite a indignação e a revolta do artista de 71 anos pela guerra no país árabe. "Me senti invadido pela ira, ao pensar que Blair sairia sorridente, rico, depois da morte de mais de 600 mil iraquianos inocentes", declarou Sandle, durante a apresentação da mostra à imprensa.

A abertura oficial está programada para a próxima segunda-feira e seguirá até 19 de agosto. A obra, que representa no centro Tony e Cherie Blair nus diante da escadaria do número 10 de Downing Street, evoca a expulsão de Adão e Eva do paraíso, ao estilo das pinturas medievais. "O tríptico foi executado com paixão, indignação, revolta", admitiu o artista. "Mal posso falar racionalmente ao pensar na forma como Blair, que era tão popular, querido, que nos prometeu tanto, jogou tudo a perder", acrescentou Sandler. O quadro foi instalado em uma das grandes galerias da Royal Academy, que concedeu à obra o prêmio Hugo Casso.

(FOTO: Detalhe da tela que mostra Tony Blair e sua mulher sendo expulsos do "paraíso" totalmente nus.)

Matemática

Eu era ainda um menino, estava acostumado às cores dos lápis de cor , às massinhas e aos desenhos, quando fui apresentado aquele terrível monstro que provocava arrepios com o simples pronunciar do seu nome. Foi o primeiro susto da minha vida até então doce e serena, naquele momento eu fui formalmente apresentado à Matemática.
Aquela coisa estranha que usava umas letras esquisitas que tinham nomes de centuriões romanos, uns tais de algarismos. Lidei com isso de uma forma mais ou menos conflituosa até que um dia levei o segundo susto da minha vida. Eu havia chegado cedo à escola e estava ainda com gosto pasta de dentes na boca quando ouvi aquela terrível expressão, “tirar a prova dos 9”, que diabos seria isso? Será que em alguma prova, 9 alunos tinham sido pegos colando e tiveram suas provas retiradas? Ou teremos que provar 9 sabores diferentes de um tipo novo de sorvete?
Aos poucos tive que aprender a conviver com essa coisa que rotineiramente me fazia encontrar meus amigos de escola em fevereiro numa festa muito popular naquela época, que antecedia o Carnaval e que se chamava 2. Que época. Ah! Tempo bom aquele da adolescência! Me lembro como se fosse hoje, a puberdade me maltratava o dia inteiro e à noite habitava meus sonhos, sabe, naquele tempo já era possível se extrair raiz quadrada e se não tomássemos cuidado era exatamente isso o que acontecia, por isso era mais prudente extrair a raiz cúbica. Me lembro a primeira vez que extra ví uma raiz quadrada: eu perguntei M.M.C? E ela respondeu: não, M.D.C. primeiro, eu estava tão nervoso que quase tive uma exponencial ao precoce.
Numa tarde eu estava na sala tendo uma aula da famigerada matemática quando o professor me alvejou com aquela terrível pergunta: Qual é o logarítimo neperiano de 2,7? Lembro-me de naquele momento ter sentido um misto de surpresa e raiva, afinal nós não estávamos em uma aula de matemática? Por que motivo desconhecido deveria eu saber o logotipo de alguma coisa? Gaguejei um pouco e o professor, talvez por pena de mim, disse que faria uma pergunta mais fácil: qual é o logarítimo de 10? Olhei fixamente nos olhos dele e pensei: É, como pode ser tão cínico? Tangente que não aprende mesmo, seno eu um aluno que fica o tempo todo cosseno o saco, esse professor agora quer me fazer cometer uma fração disciplinar.
Veio então a trigonometria, a que pensei que termos aulas de panificação, suspeita que aumentou muito, depois que começaram a falar em integral, mas não era não e acabei conhecendo a secante, ah! Se eu já a conhecesse nos tempos dos sonhos úmidos! Ainda bem que depois vieram as aulas de mecânica de automóveis onde aprendi diferencial e depois pude conhecer uma gente muito interessante como Briott-Rufini, Runge-Kuta e outros tantos que tinham muito mais compostura do que o depravado do Pitágoras que promovia orgias entre catetos e hipotenusas.
Bem, mas agora é hora de mudar de assunto porque eu sei que para muita gente esta continua sendo uma má temática.

Guitarristas tentam quebrar recorde

Foi uma barulheira e tanto. Exatos 1683 guitarristas e violonistas compareceram - de instrumento em punho - a um campo de beisebol no Estado americano do Kansas para tentar quebrar o recorde mundial de guitarristas tocando simultaneamente.
A música escolhida foi Smoke on the Water, do grupo britânico Deep Purple, por se tratar de uma melodia fácil. O megashow aconteceu no Community America Ballpark em Kansas City. Fiscais do Guinness compareceram para registrar a tentativa de recorde.

(FOTO: Guitarristas e violonistas erguem seus instrumentos em um campo de beisebol durante evento que busca a quebra de um recorde no Estado do Kansas.)

O Jogo Milenar

A temporada estava chegando ao fim e o Campeonato do Universo naquele ano tinha sido duríssimo, após confrontos muito disputados, tinham chegado a final o Céu Esporte Cube e o Clube de Regatas Inferno, nas semifinais o Céu tinha batido o Purgatório Futebol Clube a duras penas por 2 a 1; já o Inferno tivera vida mais tranqüila, havia aplicado uma sonora goleada de 7 a 0 na Sociedade Esportiva Igreja que jogara sem os seus dois principais jogadores: Martinho Lutero que estava suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo e João Paulo II que estava contundido com distensão na perna esquerda.
A expectativa era enorme, o jogo seria disputado na Bombonera, uma vez que o mando de campo era do Inferno, os ingressos para a partida se esgotaram em poucas horas, a previsão era de que, no dia do jogo, 90% do estádio estaria tomado pela torcida do Inferno que era bem mais popular do que o Céu. Em princípio o jogo seria realizado no domingo, mas o Céu vetara a data alegando que o domingo fora reservado ao descanso e tentou antecipar a partida para sábado ou sexta-feira, mas aí foi o inferno que não concordou, pois todos os seus jogadores já tinham “compromissos” agendados para essas datas, assim, após tumultuada reunião na Federação Universal de Desportos, ficou acertado que o jogo seria realizado na segunda-feira pois os jogadores do Inferno teriam o domingo para se recuperar dos “compromissos” de sexta e sábado e os do Céu já teriam também descansado no domingo. A escalação do juiz da partida, como não poderia deixar de ser, também foi motivo de controvérsia, inicialmente tinha sido escalado Edílson Pereira de Carvalho, mas este foi vetado pelo Céu e por fim, de comum acordo foi escalado um juiz neutro, Robin Wood, tendo como bandeirinhas Zorro e Calabar.
Durante a semana os jornais, as rádios e as televisões não falavam em outro assunto: o Jornal Fogo de São Paulo publicara diversas entrevistas de jogadores do Inferno provocando o time do Céu, a Revista Nirvana, francamente favorável ao Céu, fazia exortações à paz nos estádios e pedia espírito cristão às torcidas; na véspera do match, a TV Lobo, cujo dono era Presidente honorário do Inferno, fez imagens montadas que mostravam os jogadores do time do Inferno ostentando faixas de campeão e informava que os cartolas do Inferno já tinham adquirido 1 milhão de litros de cerveja para as comemorações que seriam realizadas nas Termas de Madame Lili.
O técnico São Pedro do time do Céu não fazia nenhum mistério sobre o time que jogaria, como Mahatma Ghandi e Chico Xavier estavam contundidos e não poderiam jogar, o time estava escalado com Confúcio, Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, Teresa de Calcutá e Ana Paula Arósio; Demi Moore, Padre Marcelo e Martin Luther King; Moisés, José e João Batista, a única dúvida era em relação à Ana Paula Arósio, pois ela tinha caído de céu e estava com pequenas escoriações; já o treinador George Bush do Inferno fazia um mistério danado, durante toda a semana fez treinos secretos nos quais proibiu o acesso da imprensa, mas especulava-se que Hitler e Mussolini não deveriam ser escalados, pois já eram veteranos e não seriam os jogadores indicados para enfrentar a juventude do time do Céu, Saddam Hussein tinha sido contratado a pouco tempo e ainda não tinha sido regularizado na Federação e Osama Bin Laden estava brigado com o técnico, Bush, no entanto, afirmava que iria lançar uma arma secreta que daria um nó tático em São Pedro.
Após grande ansiedade, finalmente chegou o dia da partida, como previsto a Bombonera estava lotada com grande maioria da torcida do Inferno, estavam lá todas as torcidas organizadas: a Fogo Eterno comandada por Madame Satã, a Demônios da Garoa de Jack Estripador e a Labaredas de Calígula, na pequena torcida do Céu apenas se notava a Anjos Serenos comandados por Walt Disney onde se via um faixa com a inscrição; “Paz nos estádios”.
Quando os times entraram em campo, finalmente soube-se que o Inferno ia jogar com Cunhado, Saci Pererê, Lula, José Sarney e Barrabás, Collor, Perón e Judas; Pôncio Pilatos, Brutus e Dr. Smith, tendo no banco de reservas: José Dirceu, FMI, Nicolau dos Santos Neto, Faustão, Gugu e um jogador não identificado que era a arma secreta que só seria revelada quando fosse entrar em campo.
Entrevistado às margens do gramado, George Bush disse que o Inferno jogaria com um tridente ofensivo, cujo ponta de lança seria Dr. Smith.
Mal começou o jogo e Lula deu uma violenta entrada em Martin Luther King, depois ele confidenciou a amigos que George Bush tinha mandado bater em Martin, cinco minutos depois, já com cartão amarelo, Lula meteu a mão na bola, mas quem foi expulso foi José Dirceu que estava no banco, O juiz fez vista grossa e ouvido de Mercadante; mais alguns minutos e ele meteu a mão de novo e desta vez não teve remédio, ele foi expulso, reclamando com Robin Wood, ele disse que não sabia de nada. O ataque do Céu não fazia mal a ninguém, faltava um matador e na defesa só tinha anjinhos. Com dez jogadores, o inferno começou a praticar o anti jogo na esperança de levar o jogo para a disputa de pênaltis.
Quando faltavam 15 minutos para o juízo final, George Bush mandou o preparador físico Ku Klux Klan buscar a arma secreta no vestiário, quando Sogra apareceu na boca do túnel, o estádio quase veio abaixo, a torcida do Inferno se alvoroçou toda, afinal de contas, com Sogra não há cristão que agüente e o time do Céu ia simplesmente desmoronar. Não deu outra, Sogra transformou a vida do Céu num verdadeiro Inferno, naquele pandemônio que se transformara o Céu, aos 46 minutos do 2º tempo, Sogra marcou com a mão o gol que deu o título ao Inferno.
Nas comemorações no gramado, Roberto Requião (este personagem varia de acordo com o estado do leitor) entregou a taça a Judas, capitão do time do Inferno que ofereceu a vitória a sua esposa que não pudera vir ao estádio, pois havia sofrido um acidente e tinha tido fratura em dois lugares: no cartão de crédito e no cheque especial.